sábado, 26 de novembro de 2011

Num LAR sem AR


Esse meu lar não parece um LAR
Essa verdade me deixa sem AR.
Eu vivo num lar sem ar!

Nesse lugar não posso respirar,
A noite toda fico a cismar!
Largar os medos e me revoltar
Possivelmente só irá me prejudicar.

Num lar sem ar você aprende a meditar,
Percebendo a sutileza da chuva e do vento.
Falando sobre a tristeza nesse vão momento!

O meu lar não é esse aterrorizante quadrado,
Por isso, não posso continuar aqui nessa jaula!
As grades dessa prisão invisível pararam de assustar
O meu psico, pois o passarinho dentro de mim deseja voar.

Onde as minhas asas foram parar?
Por que a Coruja resolveu piar no fundo do mar?
Eu sou a Coruja e não sei voar! E eu estou sem ar.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Paixão ou Desejo?


Cada vez que te vejo é uma felicidade sem fim e uma dor sem contorno. 
O amor não se alimenta só da alegria e satisfação interiores.
É sempre o mesmo pensamento tímido há me apunhalar:
Querer um beijo e receber um olhar.

Eu sei que soa estranho, no entanto, eu sei que a palavra encaixa perfeitamente:
PAIXÃO. Quanto mais eu desejei acreditar que poderia VIRAR apenas a tua amiga. Ah!

Explicar o poder da atração não é possível nessa situação, entretanto, acredito nessa bela sensação.
Meu coração sabe que o sentimento de "atração intensa" já virou paixão imensa. 
O medo me devora a cada hora que passa, pensar em ti acalenta a minha profunda tristeza.
Essa tristeza de outrora... misturou-se com a tristeza de agora?

Querer um beijo é presunção? Querer um beijo é ilusão.
A beleza transitória da imensidão em teu olhar apenas faz jus a essa doce ilusão.

O que me importa esta distinta sensação de cair de cara no chão?
Se o que desejo é voar nas tuas curvas. Escura noite, escura e fria.
Eu quero ver as luzes florescentes na varanda deste amontoado de cimento e lágrimas.
Um pouco de areia e algumas pedras afiadas, aquele sentimento verde.

Verde limão não, verde cor de folha fresca com orvalho na pontinha.
Beijos? Pura ilusão! Beijos. Por quê não? Beijos: DESEJO ou forma de ilusão.

sábado, 19 de novembro de 2011

Bisturi Enferrujado


Meu bisturi enferrujado corta melhor do que os novos estiletes.
Meu bisturi não tem macete, ele arde na pele como um estilete,
Todavia, a lamina fria corta fácil a carne e o sangue surge sibilante.

Meu belo pedaço de navalha não pode substituí-lo devidamente.
Meu bisturi enferrujado não enferruja o tecido sedoso deste corpo,
A carne permanece quente, essa é a beleza do corte nesta cicatrização.

Meu bisturi só corta a minha mão, ele enferruja com o meu sangue!
Meu belo sangue tem gosto de ferrugem e limão, e o seu não?
Sem o sangue não haveria uma cicatriz em forma de "x" nesta mão.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Serenidade cinza


As minhas facetas
desprovidas de cor
assemelham-se ao pó de arroz?

Com lápis de cor cinzenta
eu faria uma imagem serenamente triste
antes da melancolia tomar conta do palco

Essa menina cinza me incomoda
raramente no decorrer das horas
passadas ao lado da amiga solidão

Umas gotas do orvalho ressaltam
a bela boca da boneca de vidro branca
sobre o véu da noite enluarada

Olhos fechados por receio da cegueira
constante que todos os humanos possuem
na idade dos vinte e poucos anos

A delicadeza canta-me no ouvido
melodias antigas e descoloridas com a calma
daquelas velhas senhoras da Grécia esquecida

Como uma sombra o medo espreita
e vejo-me no meio da floresta dos desejos
procurando a flor azul-celeste dos meus devaneios

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Eu não desejo...



Eu não desejo ver a infelicidade absorver
tudo aquilo que era bom ao meu redor,
gostaria de matar essa sensação
de insegurança.

Eu não desejo a solidão do abraço materno,
nunca pretendi irritar a sabedoria popular
daquela senhora, apenas não me sinto
calma com as facetas dela.

Eu não desejo essa tristeza imensa,
nem quero pensar nessa falta de amor
que sufoca a minha alma.

Subitamente, vejo-me sem sua mão
amável rodeando minha cintura, não parece
certo viver uma vida apertada num casulo.

Eu não desejo o tédio eterno!

sábado, 5 de novembro de 2011

O céu no chão


O chão no céu
No céu o chão
O chão sem céu
No céu há chão?


O céu no chão
Com chão sem pedras
No céu cor do chão
Há pedras no céu?


O chão cor do céu
No céu deste chão
Tem pedras ou não?
Só céu cor do chão?


O céu bem perto do chão
E o chão cor de pedra sabão