quarta-feira, 28 de julho de 2010

Maquilagem



O teu disfarce não permanece,
Pois com um pouco d'água
Retira-se tal maquiagem
Usada para enganar, ludibriar
As pobres criaturas que tiram
Umas poucas moedas do bolso
E entregam-te alegres aquilo
Que lhes sobram e te falta.
O palhaço não rouba apenas
O nosso riso, ele consegue
Levar consigo toda a beleza
Guardada em nosso íntimo;
A maquilagem não apaga
A tua chaga, ela nem esconde
A tua fealdade misturada
Entre as camadas passadas da base,
Do pó compacto, do blush,
Das sombras levemente acentuadas
Pelo iluminador no canto superior
Destas tuas pálpebras enrugadas.

Genniffer L. Moreira

terça-feira, 27 de julho de 2010

Maldade


Soa ecleticamente rubro e tardo,
É o veneno de ambições deste circulo vicioso,
Cujas drogas promovem emoções fortes e baratas
Que são em minhas veias injectadas.

Possuo um vasto sentimento de maldade,
Que bem faz a inocência na verdade?
Os anseios que se tem dentre os lunáticos
São alucinações do ser fantástico.

Sinto o mal entre as viceras, me corroendo...
Sei que estou morrendo lentamente,
Será que são pelos meus pecados ou a diferença
Na loucura dos sombrios, dos desgarrados...?

Talvez seja culpa deste sangue envenenado,
O veneno contido nele matou-me puramente
Pela maldade existente neste mundo prepotente
Que exala o fedor latente dessa humanidade doente.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Meus Olhos


Meus olhos doem e lacrimejo
Sem pestanejar ante as minhas dores,
Sinto teus olhos fixados apenas naquilo
Que tanto te alegra, enquanto eu adoeço.

Por tudo isso, vejo o meu único desejo;
Querer sumir... Ir embora daqui... Sumir!
Com os olhos transbordantes de lágrimas
Neste estranho, calorento e solitário dia.

Ser solitária pode ser ruim... Ou não!
Doí quando observo-te, percebo a escuridão,
Que não há amor, nem paixão, só solidão;
O fim dessa tristeza vêm com a morte?

Eu mereço essa eterna sensação de solidão?
É o meu destino perecer sem o teu amor?
A morte será a minha única saída?
Abrindo a porta para o meu coração amargurado...

Penso: "O mundo não me quer nele, preciso morrer
Rapidamente com um colapso, num belíssimo dia.
A vida não é minha guia, o meu destino é sofrer?
Pelo menos gostaria de ter Alguém"...

Alguém só para mim! Existe Alguém assim?

Genniffer L. Moreira

____________
Observação: Este poema foi escrito em: 12/02/2005.

sábado, 24 de julho de 2010

Olhos Obscuros


Hoje, agora, neste momento
Só vejo às sombras do que um dia
Foram os teus melhores sentimentos;

Degradados pelo tempo,
Muitos se machucam, outros
Nem se importam...

Os meus medos e incertezas
Estão refletidos em meus olhos,
Estes meus obscuros orifícios.

Ah, esses meus olhos já foram
Castanho-claro ou castanho-escuro,
Hoje são vermelhos como o Sangue.


Guardei as minhas magoas passadas
Nestes globos oculares marrons,

Pois eles são impenetráveis...

Assim, ninguém poderá ver
O que eu já passei, as coisas que sei,
Não quero te revelar nada!

Como eu já me sufoquei,
Fugindo nessa embriagues...
Sonhando alegres mentiras.

Na angústia de esquecer
Que em meu coração,
Só me restaram as lágrimas de dor.

Por favor, pelo que ainda sou
Não me olhes nos meus olhos!
Você não é meu amigo?

Disseste-me toda a verdade,
Você nem se importa!
Ou eu estou mentindo?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Vozes Sussurradas



No escuro de sua alma
Sente-se angustiado,
Ouves sons inconsoláveis,
Gritos e gemidos;
Tu pensas ser apenas
O insondável...
São nuances delicadas,
Vozes do além,
Serenas e acalmantes;
Sussurros afáveis
Contra o vento,
Tu te arrepias, 
Enquanto, ao mesmo
Tempo passas há imaginar
A voluptuosidade
Salutar desta criatura
Alucinante mente intrigante.
Suas atitudes inquietantes,
Vorazes e sedosas
Em sua divindade;
Será apenas um sonho?
Ou tens medo de sentir,
Um corpo frio quando acordar?
Não te dirás que te ama,
Nem mesmo falará,
Inerte como pedra,
Pois morta ela está...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sempre Nas Nuvens



Vivemos de maneira hilária, pensando nos dias de 'amanhã', quando é óbvio que o amanhã vai ser a mesma merda - como foi hoje. Tudo tão chato, tudo tão dramático, tudo como sempre foi e nada de diferente.

Que mundo besta, que lugar insano, amar você é sobre humano. Odiamos tudo que não está a nosso favor, só pelo fato de não sabermos tomar uma decisão ou falar a verdade pra uma multidão.

Todos te odeiam ou te amam de acordo com o que você fizer, eles mandam em você, te levando a crer que eles são superiores. Quando na verdade, tanto faz. Não importa! Nada importa! Absolutamente tudo nos importa!

Você não é nada, você é menos que nada, você não serve pra nada, sua vida é uma piada. Então se amanhã você morrer, o que vai ser desse mundo? 

Vou te dizer: - Porra nenhuma vai acontecer, porque ninguém dá a mínima pra você. Olhe pra cima e veja as nuvens, só elas tem sorte, não sofrem, não morrem, não vivem, não amam... 

Encarar a realidade não é tão difícil, ela está sempre na tua frente, ela te tortura a cada instante, nada vale a pena, nem mesmo se tentar obter uma boa explicação.

Olhe prós lados, veja os corpos na rua, todos estirados, sangrando, clamando por ajuda; veja as pessoas na esquina, repare que elas nem se importam, são mais frias que o gelo... 

Olhe pra cima e contemple as nuvens, só elas tem sorte, não sofrem, não morrem, não vivem, não amam...

Então se amanhã você esquecer, vou te lembrar que não eis melhor que eu, e nada que você me falar vai mudar o que sinto. Eu te odeio, sempre irei te odiar, isso nunca irá mudar. 

Por tanto, não reclame, aprenda a viver, encare logo que essa é a tua única realidade. Não seja sempre tão covarde, eu não posso mais te proteger, já chega de aturar os seus chiliques de garoto, já chega de te tratar como um bebê. 

Você já é bem grandinho, está na hora de fazer o seu caminho. Na hora de me deixar. Então vá, chega de falar que me ama, que sempre me amou. Procure um sentido pra essa sua vidinha inútil. 

Faça valer a pena, lute pelo que você acredita, só depende de você, como vai viver... olhe pra cima e reveja as nuvens, só elas tem sorte, não sofrem, não morrem, não vivem, não amam...

Viva o agora, não deixe nada pra depois, cada segundo é muito importante, não faça como eu, porque só vivo dormindo, sonhando com o que nunca vai chegar a acontecer... 

Sonhar e bom, mais quando transformamos nossos sonhos em realidade tudo fica muito melhor. E agora quando você olhar pra cima, verá as nuvens e saberá, somente elas tem sorte, não sofrem, não morrem, não vivem, não amam...

Mas, será que isso é ter sorte?

Morte



Você sente o que eu sinto?
Meu bem a Morte lhe caí bem!

Tudo ao meu redor gira sem parar,
Nada no meu mundo faz sentido,
Eu entro em outro mundo, paro
E me ponho a cismar escondida.

Mais de quê? Ou pelo quê?
Isso já não posso responder.
Talvez, do meu medo de morrer,
De renascer, crescer e viver;

Ah, o quê me importa?
Vou deixando tudo passar
E com o tempo a roda
Vai parar de girar.

Tenho sonhos infinitos,
São pesadelos terrificantes,
Neles não há descanso ou Dor!
Porque faço parte das sombras.

Futuramente eu morrerei...
Posto ser a Morte uma certeza
Que não deixa nenhuma alma
Sentir medo do inevitável.

No belo dia de minha morte
Espero que o céu escureça,
A lua desapareça e as nuvens
Sumam sem deixar rastro.

Não quero mais que chorem
O meu descarne, nem lamurias
Daqueles que muito me amavam
Porém, nem sequer me visitavam.

A morte irá atenuar suas dores;
Não, ninguém deve procurar
Fugir dos seus pesadelos, pois
Pode nunca, jamais se libertar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Alma Morta


Há no teu sangue algo ruim,
E em minh’alma sinto o cheiro da morte,
Que advêm do veneno outrora tomado por mim;
Hoje você sabe, eu sou uma alma morta!


Um dia você me disse:
- Pálido é o teu semblante, vazio é o teu olhar,
Triste é o teu penar, sozinha sempre estará!
E vejo o quão certo é o teu maldizer...


Sou alma, morta, ser frívolo e obscuro,
Mereço morrer na solidão por perfuração?
Tristemente desfaleço sem um idílio...
Alma que sofre e de maneira obtusa chora.


Não tenho medo, pode vir minha doce tentação!
Guia o meu pobre e fiel coração...
Saiba que não posso restituir aos seus pedaços,
Meu coração é e sempre será partido!


Em verdade isto me é impossível...
Não posso reviver, estou morta, isso é um fato!
Minh’alma moribunda chora pela sua sina,
Essa que é vagar à noite e assustar os seres viventes...


Sou um ser notívago, morto-vivo,
Não, não sou demônio, só um anjo caído!
Vivo neste inferno, mas não desejo o paraíso,
Amo o vinho e a luxúria, enveneno o meu sangue!
Sinto a morte tomar conta do meu corpo.

Névoas de Inverno


Meus poemas... tristes,
Chorosos, lamuriosos...
Observá-los laguidamente
Lembrando das névoas de Inverno,
Daquelas paisagens mirabolantes 
Entre o ser e seu espírito.

Vivemos violados, no escuro,
Frio, gélido está meu coração,
Não, nunca te pedirei perdão...
Sortudo é quem senti, degustando
Vagarosamente o líquido ardente,
No veneno há o gosto do sangue.

Puro e envolvente sobre os
Lábios de um demente.

No céu - hipnotizante vazio
Envolto por fumaças azuladas,
Amareladas, acinzentadas pelo inverno,
Está agora enevoado, opaca-mente bélico,
Como naquela manhã na primeira vez
Que te notei... sorrindo, me alegrei...

Tua voz se dissipou no ar,
Enquanto o teu olhar
Envolveu-me por completo,
Deslumbrante era o teu olhar,
E eu acabrunhada, paralisada
Te vi passar por entre névoas.

Mesmo sendo uma moça
fria e sombria, eu sorria.

Tu parecias um fantasma,
Destacando na paisagem
A essencialidade macabra
De toda a minha morbidez;
No teu rosto um sorriso frívolo,
Me é hoje meio que esquecido...

Loucuras


- É, eu não tenho mais o que fazer...

Loucuras, farei, não, fiz loucuras por você!
Sem razão ou fundamento, me calei soluçante,
Me vi e te vi sofrendo pelo vento,
Amando subitamente o inexistente,
Iludindo-me à cada estante,
Sonhando estar num mundo diferente...
Sincera meio que tristemente,
Nas curvas da tua morte,
Gritei, vociferei:
- Louca, está louca...
Sendo boba, vacilou debilmente;
Não medistes teus actos desvairados...
Cometestes absurdos por amor,
Fostes longe com esse erro,
Perdeste tudo, me perdestes;
Só lhe restou tua vergonha,

Que esquecerá anteriormente...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Lágrimas


Ao passar do dia, vejo a chuva derradeira,
Vejo suas gotas à cair neste chão seco e sujo;
Sinto o rosto quente, as lágrimas escorrendo pela face;
O trepidar de dentes nesta boca entre-aberta que geme...

Estou sussurrando levemente coisas banais, confusas,
Com lágrimas nos olhos... Tenho um desejo precedente,
Envolvendo minha magoa, penso na minha morte,
Quero ir embora rapidamente, morrer sem dor!

Vou vertendo lágrimas por ninguém, por mim
E por você; apenas sem saber o real porque de viver...
Lágrimas pelo fim, lágrimas na cor carmesim, lágrimas. 
Ouço um som tão belo que me machuca brutalmente,
Ferindo internamente este meu louco coração.

Lágrimas e mais lágrimas vão maculando o chão branco,
Sem razão, sem paixão, não há solução?! Foi a dor,
Nem sei de que... Nem sei porque, lacrimejo por você;
A minha morte foi em vão? Dentro do peito ainda
Há um coração magoado, despedaçado... Quebrado!

Quem será o culpado? Quem será perdoado?

domingo, 11 de julho de 2010

Minha Ira

"Esse é mais um dia...?
Como qualquer outro dia...?"

Vou te fazer sentir,
À morte perto;
Em seu coração;
Você vai sofrer;
Meu ódio está crescendo...
Suas mãos estão tremendo,
Seus dentes rangendo,
Minha ira vai crescendo;
Meus pulsos tremendo,
O meu coração pulsa exageradamente...
Minha irá esta endurecendo?
Depois de um tempo
Vou te esquecendo;

Você está ligeiramente,
Em prantos. Lacrimejando.
E no meu íntimo há um desejo...
Querer te ver, observar teu sangue
Manchando minhas mãos,
Só assim sentirei à doce satisfação,
E saberei que estará tudo acabado.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sono


... Sono!


Um camarada que te abraça,
Que passa as mãos nos teus cabelos,
Que te canta: Lullaby e lhe faz dançar
Sem nem sair do lugar...


Tudo cai, um dia cai...
Numa tenra hora, simplesmente cai
E não, não é o momento certo pra nada,
Agora não é possível, não dá.


Deixe pra depois, Morpheu te chama!


Quando ele deixa escorregar pelos fios macios
E aproxima a língua traiçoeira, te prendendo
Na teia escura, do nada... Sente-te anestesiado,
Você nem se lembra de quando estava sã.


Agora, tudo está confuso, nebuloso,
Agora é tudo nada, um vazio sem fim,
Agora é tudo nada. E nada é nada mais,
Sua visão embaçada, sua audição inutilizada.


Se você resistir, ele te deixa partir
Como um sinal de vitória, uma bela vitória,
Mas você não venceu, nem perdeu, ou triunfou...
Ele volta ainda mais impiedoso.


Não tem pressa, e dessa vez...
Ele te leva. Uma vez que te leva...
Uma vez, duas vezes, três... É viciante...


Durma... Durma... Durma!


Morpheu quer somente a sua amizade...
Morpheu quer somente deixar-te a vontade!
Durma... Durma... Durma!


Sinta o sono te envolver em carícias,
O prazer inundando teu corpo,

Envolvendo todo o teu ser.

Durma... Durma... Durma!


_________________
Observação: Esse poema foi escrito em 23.06.2010 por Caio Omena, porém, esta é uma versão modificada em 24.06.2010 por mim, Genniffer Moreira.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Meu túmulo


É frio e desconfortante, abafado e sufocante,
Tudo esta tão escuro, estou num pesadelo.
Este é o meu último paradeiro?
Não me lembro de absolutamente nada.

Só desse meu túmulo, medonho, soturno...
As lágrimas amargurantes não cessam!
A dor é extremamente forte em meu peito,

Choro por ter morrido vergonhosamente.

Meus olhos doem, eu grito...
Ninguém sabe que eu estou aqui?
Sempre quis morrer, era preciso,
A minha carne já está se decompondo.

Vocês ficarão felizes com minha morte?
Mereço esse túmulo imundo...
Eu era em vida um moribundo,
No entanto, por que ainda choro?

domingo, 4 de julho de 2010

Sonhos


"Todos sonhamos, aos poucos acordamos?..."

Supérfluos e confusos
Limitados ao exagero,
Entregues ao passado,
Levemente incomodados;

Os sonhos me perturbam,
Digo lhes palavras duras,
O meu mundo é superficial,
Sinto me totalmente desigual.

Na maioria dos sonhos viajamos,
Vivemos escondidos e desiludidos,
Vagamos plenamente adormecidos,
Nas angustias destes dias...

Temendo por suposições, analogias

Opositoras do ser sonambulico,
Observe os calafrios que terás
Ao acordar para ver o Sol raiar.

Enquanto tuas lembranças
Vão sumindo devagar,
Não se recordará do paraíso
Em que permanecestes.

Pensar nos teus sonhos será
Para ti algo deveras extasiante,
Tranquilizando seus temores
E erradicando suas dores.