segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Secreta Sensação


Secretamente forcei meu coração a sentir impulsos vertiginosos
Sinceramente falei dos impulsos e não controlei meus medos mórbidos
Suspirei e sussurrei ao vento um grito desesperado com gemidos prolongados
Soltei os fios da minha boneca de porcelana antes dela fugir sem rumo
Sabendo das diversas sensações proibidas aos não tão abjetos

No inicio o sabor daqueles sonhos era doce como o mel
Na metade do ano esse sabor tornou-se amargo no fim dos sonhos
Nenhum desses lindos sonhos acabava com sorrisos e promessas cumpridas
Nivelei certos pesadelos e apontei as minhas falhas mais queridas
Nunca consegui colher todas as tuas delicadas margaridas

Apertei meu corpo junto ao corpo de um desconhecido
Abraçando uma tristeza alheia no olhar brilhoso daquele individuo
Alterei todos os verbetes no final de tuas frases e fiz uma canção de ninar
Alimentei em segredo as ilusões de uma paixão fadada ao fracasso
Arrumei a sala deixando o quarto ficar inteiramente sujo

Observei do alto de meu abismo interior as árvores queimando
Obriguei-me a não chorar pela dor de minhas amigas esverdeadas
Olhei para a terrível brincadeira do fogo rezando por uma chuva divina
Ofegante e confusa me atirei naquelas belas chamas vermelho-alaranjadas
O meu corpo foi queimando lentamente pouco depois acordei assustada pela sede

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ver e não perceber


Vejo tudo embaçado e sem contorno.
Vejo o mundo de cabeça pra baixo.
Vejo o Sol na cor laranja.

Não vejo mais o azul nas folhas verdes.
Não vejo luz no fim daquele túnel.
Não vejo nada sem os óculos.

Vejo uma montanha imaginária de problemas.
Vejo o chão lajotado com vidros e pedras.
Vejo as mesmas cores desbotando.

Não vejo o amanhecer energizante dos pacientes.
Não vejo o teu quadro com linhas douradas.
Não vejo o interior deste corpo celeste.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Espaço figurativo




Em uma triste madrugada acordei suada
Olhei pras paredes do meu quarto
Percebi a minha ausência
No espaço figurativo
Desse cômodo
Esquecido

O ano terminou e as luzes simplesmente queimaram
O natal não está mais escrito nos meus cartões
É, acabaram com as nossas doces ilusões
Nas ruas sujas dessa velha cidade
Dezenas de bolas coloridas
Foram esquecidas

Do espaço alguém observa as estrelas cadentes
Entremeadas com milhares de pedras lunares
Caindo todas nessa nova Terra sem leis
Morreram os anos de festas e gozos
Esqueci-me de esquecer-me do final
Escolhi morrer no Natal

Neste belo mundo, mundano e coberto de lodo
É natal, nada brilha no meu estranho quintal
Dezembro morreu abraçado comigo
Ele será o meu eterno amigo
Não lamentou pelo fim
A morte é assim?

sábado, 3 de dezembro de 2011

Azulada


Olhar sem ver, sentir a luz pulsar
Beijar certezas e depois deixar pra lá
Sorrir dormindo ao lado de uma doce fantasia

Abrir os olhos e cismar sobre o luar
A lua azulada no formato do teu sorriso
Ver sem querer um eclipse dançando no infinito

Fechar a porta ao amanhecer
Escutar o teu canto sereno na cor azul
Subir montanhas em pensamento, tocando estrelas

Abraçar o calor do teu corpo
Esquentar a pedra de gelo daquele casebre
Contar as horas nos dedos dos pés

Preferir a incerteza do teu afeto
Proferir aquelas pilherias costumeiras
Desejar o perfeito sabor dos teus lábios molhados

Esquecer o passado no desenrolar das horas
Agradecer ao inevitável por não intervir nesse instante
Professar um encantamento atemporal na tua sala de jantar

Azulejar as idéias olhando teu rosto
Rezar para a Lua iluminar o nosso caminho
Registrar tudo num velho e amarelado pergaminho

sábado, 26 de novembro de 2011

Num LAR sem AR


Esse meu lar não parece um LAR
Essa verdade me deixa sem AR.
Eu vivo num lar sem ar!

Nesse lugar não posso respirar,
A noite toda fico a cismar!
Largar os medos e me revoltar
Possivelmente só irá me prejudicar.

Num lar sem ar você aprende a meditar,
Percebendo a sutileza da chuva e do vento.
Falando sobre a tristeza nesse vão momento!

O meu lar não é esse aterrorizante quadrado,
Por isso, não posso continuar aqui nessa jaula!
As grades dessa prisão invisível pararam de assustar
O meu psico, pois o passarinho dentro de mim deseja voar.

Onde as minhas asas foram parar?
Por que a Coruja resolveu piar no fundo do mar?
Eu sou a Coruja e não sei voar! E eu estou sem ar.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Paixão ou Desejo?


Cada vez que te vejo é uma felicidade sem fim e uma dor sem contorno. 
O amor não se alimenta só da alegria e satisfação interiores.
É sempre o mesmo pensamento tímido há me apunhalar:
Querer um beijo e receber um olhar.

Eu sei que soa estranho, no entanto, eu sei que a palavra encaixa perfeitamente:
PAIXÃO. Quanto mais eu desejei acreditar que poderia VIRAR apenas a tua amiga. Ah!

Explicar o poder da atração não é possível nessa situação, entretanto, acredito nessa bela sensação.
Meu coração sabe que o sentimento de "atração intensa" já virou paixão imensa. 
O medo me devora a cada hora que passa, pensar em ti acalenta a minha profunda tristeza.
Essa tristeza de outrora... misturou-se com a tristeza de agora?

Querer um beijo é presunção? Querer um beijo é ilusão.
A beleza transitória da imensidão em teu olhar apenas faz jus a essa doce ilusão.

O que me importa esta distinta sensação de cair de cara no chão?
Se o que desejo é voar nas tuas curvas. Escura noite, escura e fria.
Eu quero ver as luzes florescentes na varanda deste amontoado de cimento e lágrimas.
Um pouco de areia e algumas pedras afiadas, aquele sentimento verde.

Verde limão não, verde cor de folha fresca com orvalho na pontinha.
Beijos? Pura ilusão! Beijos. Por quê não? Beijos: DESEJO ou forma de ilusão.

sábado, 19 de novembro de 2011

Bisturi Enferrujado


Meu bisturi enferrujado corta melhor do que os novos estiletes.
Meu bisturi não tem macete, ele arde na pele como um estilete,
Todavia, a lamina fria corta fácil a carne e o sangue surge sibilante.

Meu belo pedaço de navalha não pode substituí-lo devidamente.
Meu bisturi enferrujado não enferruja o tecido sedoso deste corpo,
A carne permanece quente, essa é a beleza do corte nesta cicatrização.

Meu bisturi só corta a minha mão, ele enferruja com o meu sangue!
Meu belo sangue tem gosto de ferrugem e limão, e o seu não?
Sem o sangue não haveria uma cicatriz em forma de "x" nesta mão.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Serenidade cinza


As minhas facetas
desprovidas de cor
assemelham-se ao pó de arroz?

Com lápis de cor cinzenta
eu faria uma imagem serenamente triste
antes da melancolia tomar conta do palco

Essa menina cinza me incomoda
raramente no decorrer das horas
passadas ao lado da amiga solidão

Umas gotas do orvalho ressaltam
a bela boca da boneca de vidro branca
sobre o véu da noite enluarada

Olhos fechados por receio da cegueira
constante que todos os humanos possuem
na idade dos vinte e poucos anos

A delicadeza canta-me no ouvido
melodias antigas e descoloridas com a calma
daquelas velhas senhoras da Grécia esquecida

Como uma sombra o medo espreita
e vejo-me no meio da floresta dos desejos
procurando a flor azul-celeste dos meus devaneios

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Eu não desejo...



Eu não desejo ver a infelicidade absorver
tudo aquilo que era bom ao meu redor,
gostaria de matar essa sensação
de insegurança.

Eu não desejo a solidão do abraço materno,
nunca pretendi irritar a sabedoria popular
daquela senhora, apenas não me sinto
calma com as facetas dela.

Eu não desejo essa tristeza imensa,
nem quero pensar nessa falta de amor
que sufoca a minha alma.

Subitamente, vejo-me sem sua mão
amável rodeando minha cintura, não parece
certo viver uma vida apertada num casulo.

Eu não desejo o tédio eterno!

sábado, 5 de novembro de 2011

O céu no chão


O chão no céu
No céu o chão
O chão sem céu
No céu há chão?


O céu no chão
Com chão sem pedras
No céu cor do chão
Há pedras no céu?


O chão cor do céu
No céu deste chão
Tem pedras ou não?
Só céu cor do chão?


O céu bem perto do chão
E o chão cor de pedra sabão

domingo, 30 de outubro de 2011

Um sorriso


Aquele sentimento estranho ao ver tua face
Aquela sensação de perda incompleta
Uma vertigem no escuro da cozinha
Um sorriso apagando tudo

Aquele momento antes do beijo
Aquela frase clichê depois
Uma alegria antiga
Um novo olhar

Aquele breve abraço incontido
Aquela leveza no andar
Uma lembrança boa
Um suspiro

Aquele instante após partires
Aquela formalidade falsa
Uma perspectiva torta
Um buraco no vazio

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Falso amor



Ela diz que sofre constantemente por ele
Ela lhe escreve mensagens secretas
Ela rola na cama e chora
Ela cria versos soltos
Ela não sabe amar
Ela teme a dor
Ela dorme
Ela acorda deprimida
Ela pensa demais na dor
Ela não visualiza uma solução
Ela escreve várias cartas de adeus para ele
Ela procura unir os fatos antes de colar as folhas
Ela treme pelas tensões de um falso amor verdadeiro

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O resto é silêncio?



Vou me esquecer de perceber a verdade escondida neste olhar de perdida, engrandecer o momento de nossa despedida.

Não se esqueça de abraçar-me e chame o meu nome novamente...

Vou acenar e sorrir docemente, provando assim, que o meu ser não é raivoso.
Então, por favor, não chore por mim!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Céu Avesso



Olha bem o tentáculo deste polvo morto
Come o verme branco e fino há lhe sair do ventre
E come a água-viva que lhe choca o corpo frio

Ao mesmo tempo faz-se quente a carcaça murcha
Daquele rei dos mares, estranho a todos
Agora no apogeu de tão bela morte

Nítida certeza aponta
Para o azul

sábado, 1 de outubro de 2011

Loucura alucinante


Vi no céu um balão da cor dos olhos que ele não pode ter,
Olhei um pouco para baixo e avistei nuvens roxas
No formato de flores, folhas e outras coisas,
Quis juntar-me com elas...

Loucura, tudo é loucura e ilusão!
É nessas horas que observo a minha demência
Com orgulho. A beleza escondida entre as árvores
Secas na noite escura e fria, o silêncio que inebria.

Loucura alucinante?
Loucura misturada com venenos mortais,
Entorpecentes e letais. Loucura em plena mocidade,
Criatividade latente na insanidade recorrente.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Letargia da manhã

Letargia
Doce melodia da manhã
Misturando sons de pedras com argila
Sinais invisíveis nos rostos dos desconhecidos
Artérias pulsando na resina, descontroladas
Manhã fria, nenhuma alegria no olhar

Mesmices em câmera lenta passam na tela da TV
E no céu as estrelas brilham após deixarem de existir
São sonhos destroçados que ninguém ousa ver
Em um segundo tudo pode acontecer
Na louca ilusão de mudar o mundo
O ideal decadente
Demente

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dormência


Dormiram as seis
Dormência das sete e meia
Demência pras oito
Deméritos às oito e meia

Dormência mal dormida
Dolorosa despedida
Dois terços e nenhuma medida
Distante ao sabor das nove

Doidas iludidas
Domésticas sem lar
Dar-te-ão belos romances
Das dez às onze e trinta

Donas de bar
Deusas da noite fria
Divinas mulheres anonimas
Dormentes

Dor e um pouco de amor
Devaneio coletivo
Delírio intuitivo
Dormência 


domingo, 25 de setembro de 2011

Atração intensa



                     Para Eliakim Silva


É um querer avesso, um querer além
É atração intensa, uma atração envolta
Nessa sombra de sensações e tentações

As belas palavras já se esgotaram!
O corpo carece de algo mais, algo além
Dessa mistura delicada de frases e sentenças

Que versos raros o teu corpo me oferece?
Aperte um pouco essa corda, soltando além
Daqueles fios amarelados e prenda o meu cabelo

Desperte o seu lado animal, seja selvagem, selvagem
Correndo atrás de novas aventuras, além das folhas secas
E do lago azulado estão todos os meus medos, loucos e enjaulados

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Desperdício?


Desperdício, ou desprovido de indicio?
Devaneio, sonho com algo do além no meio.
Despedida, realidade cruel dessa vida.
Dever, não é sobre você!

Despir, com a chuva e o vento...
Devorar, sim, cada fatia bem devagar.
Desvirilidade, é coisa da nossa idade?
Devotada, fiquei de mãos atadas.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Um pouco...


Um pouco de dor, muito de amor, algumas gotas de saudade.
Guardei na bolsa todos os bombons, moedas e sorrisos.
Guardei também o cheiro forte daquela terra seca.

Um pouco de brisa, nada de mim, foi bom assim?
Perdi as horas dormindo bem ao lado dele...
Perdi também a fala e voltei confusa.

Um pouco de fantasia, sem alegria, sorria!
Beijei as melhores incertezas sem medo, sem lamentar.
Beijei também teus lábios tímidos, meu bem.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Viagem ao passado


Aquela sensação de perda aumentando
Aquele sentimento descompassado
Aquela loucura breve e azul
Aquele desespero frágil
Aquela manhã escurecendo
Aquele medo de sair do teu ninho
Aquela pressão aos poucos vai crescendo
Aquele beijo incerto no momento certo
Aquela tua luminosidade detalhada
Aquele afago ocasional na nuca
Aquela ligeira tristeza alegre
Aquele abraço cheio de carinho
Aquela confortável conversa dispersa
Aquele vinho batizado com algo forte e amargo
Aquela dança solitária em plena multidão
Aquele sorriso amarelo quando saiu
Aquela beleza rara de arrepiar
Aquele passo devagar
Aquela viagem ao passado
Aquele aperto no peito antes de partir
Aquela cisma passageira ao recordar tua face
Aquele encantamento precioso no olhar
Aquela mensagem no meu celular
Aquele sentido profundo no vasilhame
Aquela alucinante certeza de voltar renovada

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Coisas da vida?




São coisas da vida, são parte do todo. Por quê?
Essas palavras nunca me explicaram nada,
Além do obvio desinteresse humano
Que vejo exalar no ar...

Coisas da vida em qual sentido?
Porque a casualidade universal não existe,
As consequências são parte de algo muito maior,
Então, concluir que tais coisas são parte da vida me enoja.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Reencontro



O tempo, meu bem, ele te fez tão bem!
A visão de tuas formas e cores me encantou,
Nosso reencontro mesclou sabores estrangeiros.

Ser um pouco paciente fez dessa melodia um verso raro,
A energia e o ritmo do Universo, ou talvez o caos atraiu-te para mim
Com suavidade, porém, não esqueço da beleza em teu olhar.

Encontrei-a num canto, sorridente, revestida por algum encanto,
Não era miragem ou alucinação; eu podia ver e tocar a tua mão,
Abracei a nossa saudade que me sorriu de verdade, verdade!


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Surrealidades



A cor do dia ofusca em demasia essa minha claridade latente.
Olhar tantas figuras dementadas acalma minha mente amalucada. 
Verdes folhas, flores ausentes. E cimento por todos os lados.
Com concreto e grades nesse meu lar-prisão-ideal-surreal.
O coração não chora como antes; as mãos não tremem tanto quanto os pés.
Os teus gemidos não fascinam mais aos meus ouvidos.
Nada me fascina nesse instante.


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Não há nada impossível?


"Não há nada impossível, porque os sonhos de ontem são as esperanças de hoje e podem converter-se em realidade amanhã." W.M.


Não consigo distinguir o impossível do real
Vejo roupas sujas no meu varal
As grades de ferro preto
Uma prisão à parte
Lar reverso
O verso

Trens e carros
Maquinas de fazer conforto
É um prazer avesso, um prazer travesso
Lentes e armações quebradas não valem nada
A porta parece fechada, a janela permanece trancada
Não há nada impossível? Não há nada além daquele horizonte?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jaciara

Jaciara e sua cachorrinha




Junte as mãos
Amarre-se naqueles versos
Cante uma bela canção
Ilumine seu coração
A hora não pode passar
Ria até não aguentar
Ame a bela vulgar

domingo, 21 de agosto de 2011

Carência (Im) produtiva


O pior dos vícios, a melhor saída
Uma daquelas sacudidas
Sem voltar atrás
Tanto faz
Não!


O desejo é a pior das emoções humanas?
Querer um beijo e receber um olhar
Afagar mãos e ouvir gemidos
Ou sussurrar pelo arbusto
Refazendo um susto


Explicações são desnecessárias
Se a carência é produtiva
Ao observador atento
Naquele intento
Sedento


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A chave



Perdi tantas chaves nessa vida,
Perdi tantos instantes nessa lida.

Quem me dera voltar no tempo por um momento,
Quem me dera sumir no ar, girar e depois retornar.

Percebi, após tantos anos que a verdade é a melhor arma,
Percebi, antes de fechar os olhos que a mentira é um carma.

Aquela chave não foi perdida!
A chave não pertence a moça perdida.

Aquela chave (perdida) voltou pro seu devido lugar...
E a moça certa sabe onde ela deve me procurar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Outro lugar, olá?



Encontrei-te antes de acordar,
Senti saudades assim que comecei a levantar
E a cama pareceu-me uma tumba acolchoadamente
Feita para me guardar dos teus abraços.

Outro lugar, olá?
Você esqueceu as falas nessa cena,
Sumiu dizendo que não valia a pena ir adiante
E me pegou de pernas pro ar numa dança estrangeira.

Não fizestes um malabarismo amador,
Apesar de não possuíres as ditas grandes virtudes.
Meu corpo todo tremendo um pouco, e tu me aceitou
No instante antes daquelas luzes piscarem e as cortinas fecharem.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

FuGaz



Audaz na hora de fechar os olhos
Incapaz de sair dessa fantasia póstuma
Vivaz quando ninguém mais é capaz
Transitória menina de cabelos cor de casca
Plantastes flores no meu terreno baldio

Fugaz vertigem nesse calor
Sagaz mulher de pouco, muito pouco valor
Tenaz criatura de imensa candura
Salaz mulher de carnes fartas, volumosas
Bela, belaz, senhora de si

Pertinaz escritora de crônicas mórbidas
Incapaz de proferir sandices
Assaz diante de tolos pseudo intelectuais
Minaz perto de determinados animais
Dolorosa carícia que me satisfaz



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

FLOR


FLOR
Lírio da manhã
Olhei-te com desejo
Rezando por teus beijos envolventes

FLOR
Leia em meu olhar
O sentimento deverás salutar
Restabelecido entre nossos corações

FLOR
Leveza multicolorida
Ordem natural no decorrer da vida
Risadas, doces promessas e uma manhã florida

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Vinte e três anos


Vinte e três anos 
Vinte e três anos usados
Vinte e três anos vislumbrados
Vinte e três anos trincados
Vinte e três anos sincronizados
Vinte e três anos ruídos
Vinte e três anos paralisados
Vinte e três anos originados
Vinte e três anos malfadados
Vinte e três anos levados
Vinte e três anos infernizados
Vinte e três anos hifenizados 
Vinte e três anos desperdiçados
Vinte e três anos cravados
Vinte e três anos bitolados
Vinte e três anos anormalizados

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Desejo Mórbido


Quisera ter mãos em forma de punhal
Ou lágrimas acidamente mortais
Para aniquilar meu corpo

Quisera morrer num sonho lúcido
Sem ver o Universo explodir
E as estrelas cadentes

Quisera poder paralisar a razão
Antes de observar essa grande desilusão
Facilitaria muito obter uma melhor explicação

Quisera não ter nenhum desejo, quisera morrer
Só morrer, e assim me desfazer de tudo
Num lampejo de total insanidade

Quisera esquecer do sangue
Remediar todas as grandezas falsas
Idolatrando as virtudes certas, excluindo os vícios

sábado, 30 de julho de 2011

Adeus, menino louco...


Cruzei os meus braços e sorri
Não me despedi chorando
No silêncio

Falei mentiras doces
Calei as nossas verdades tristes
Deixei esse teu calor sumir aos poucos

Adeus, menino louco...!
Adeus, adeus, adeus, adeus...
Adeus, não. Fique mais um pouco, adeus!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Não é Tudo ou Nada?


Não me chame pra dançar se for pra se mostrar
Não olhe com ar assustadiço pros lados
Não grite antes do filme terminar
Não diga aquelas frases falsas

Não me faça acreditar num recomeço
Não esconda as facas embaixo do tapete
Não demostre carinho quando só sente raiva
Não rejeite os próprios receios por medo da dor

Não se molhe quando as chamas queimarem
Não assuste as moscas com panos quentes
Não bata na porta se a luz estiver acessa
Não falávamos sobre tudo ou nada?

Não é Tudo ou Nada?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Você já vai tarde!


Não volte mais, nunca mais, não diga adeus.
Não volte mais, não fale nada, não olhe pra trás.
Sim, você já vai tarde, muito tarde!
Você já vai bem tarde!

Eu vou ficar, não, não vou chorar
Ou me lamentar, vá tranquilo, pois
Quando o teu barco for zarpar
Eu vou olhar pro céu.

E vou agradecer por não ver
O teu rosto antes do fim,
Não há nem porque dizer adeus.
Você já vai tarde!

Pena que tu não iras sozinho,
Contigo vão vários pergaminhos
E a maior e mais bela das minhas jóias.
Você já vai tarde, tarde demais!

Me esqueça, você já vai tarde!
E sabe que eu não te quero.
Não te quero mais, não te quero perto.
Você já vai tarde, tarde por demais!


sábado, 23 de julho de 2011

Copos (?)



Copos e corpos celestes
Folhas e flores silvestres
A noite tem sabor de diversão?
Se você gritar eu vou te dizer não
Um batedor profissional me espera no varal
Procuro por um punhal sensacional
Blocos de gelo caem no chão
Galhos partidos
Na imensidão


Copos e taças refletindo o céu
Frutinhas podres tem gosto de fel
A noite eu te verei na mesma situação?
Se você sorrir as estrelas não vão se colidir
Uma atração implica submissão parcial não unilateral
Procure pelas fotos no armário antigo
Ganhe tempo lendo
Na escuridão

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Meus MEDOS Mórbidos


Eu tenho medos mórbidos...
Eu tenho medo de cair num abismo sem fim

Eu tenho medo da tua mascara sorridente
Eu tenho medo dos nossos rostos embaçados

Eu tenho medo daqueles belos corpos esmagados
Eu tenho medo dessas variações de humores mórbidos

Eu tenho medo de uma infinidade alarmante de jogos mortais
Eu tenho medo, muito medo... Eu tenho horror a perda de um amor

domingo, 17 de julho de 2011

Afastamento figurativo

Dale Frank

Nesse momento o definitivo se tornou relativo,
O meu afastamento inofensivo te manteve cativo,
Aqueles dias calmos não passaram de sonhos instrutivos.

Vejo com pesar a nossa amizade se transformando
Em algo figurativo, olhar essas tuas ações tão ignóbeis 
Vai dilacerando meu coração quando penso no teu impeditivo.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Doce Delírio

Dale Frank


Sonhei com imagens de feios recortes
Acordei e apontei pro espelho quebrado
No reflexo não havia ninguém do meu lado
Escondi minha magoa atrás do teu porto seguro
Camuflei meus receios olhando os teus devaneios
Provei o sabor do teu doce delírio antes de levantar
E ao fim te sussurrei o quão doce poderia ser não te amar

terça-feira, 12 de julho de 2011

Explosão

Bem Paraná

Não possuo mais um coração
em seu lugar tenho uma bomba
devidamente ativada para explodir
assim que sentir a tua presença.

Não vejo mais o tempo
ou pressinto as emanações climáticas
quando ouço essas tuas palavras
carregadas de uma sabedoria arcaica.

O meu corpo não suporta mais
catalizar farsas em proveito
dos teus bons costumes, enquanto
te manténs seguro do outro lado do muro.

As minhas fobias de nada servem
nessa hora mui delicada e ao ver-me 
nessa intensa tristeza, ponho as mãos no rosto
para cobrir minha feição cansada e esconder meu choro.

sábado, 9 de julho de 2011

O tempo e o teu (des)amor


Passam dias, passam horas, minutos e segundos
Só não passa essa dor cá em meu interior
Isso me faz sentir tanto calor

O tempo, sempre o tempo, tudo a seu tempo
Que se dane o maldito tempo e o teu (des)amor atípico
Agora o caos abraça as minhas lembranças embaçadas e sorri faceiro

O amor chegou numa hora errada, o amor que não surgiu do nada
Trouxe consigo toda a dor acumulada em nossas carapaças
Esse pequeno afeto se tornou tristeza exagerada

Teus olhares maliciosos não significam nada?
Busco ler nas entrelinhas de teu ser a verdade inversa
Amarguras à parte, desejo-te grandes façanhas e nenhuma riqueza

Vislumbrar a nulidade dos nossos receios apenas satisfaz
O meu ego com uma sagaz certeza: o tempo distraí
E aniquila todos os casos mal-resolvidos

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Contradições Eufóricas



Em cada verso meu encontro um beijo teu,
Em cada sonho meu encontro o calor que é só teu...

Abrir a porta é sempre a pior parte?
Eu tenho medo de acabar tendo um infarte.

Contradigo aqueles versos simples
Na ilusão de obter teus pensamentos falhos.

A euforia não prolonga o meu desgosto,
Por isso, cismo sobre o nada observando o teu rosto.

Essas minhas contradições eufóricas
São a garantia de exibir belos sorrisos ao final do dia.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Chuva de lágrimas




Não chore amiga chuva,
Não chore mais por aquele rapaz,
Não chore, pois para ele tanto fez como tanto faz.

A personificação de tuas tão delicadas
Lágrimas podem rasgar o meu peito facilmente
Quando percebo a dor que tu deveras sentes, amiga chuva.

Essa tua chuva de lágrimas salgadas
Molha o meu corpo e não me intensifica em nada
Além do fato de ter a minha alma aprisionada, chuva amiga.

Ontem já passou, um novo dia começou
E o hoje me mostra claramente a tristeza envolvente
Que todos os seres humanos sentem ao verem tua beleza; querida chuva.

Não chore! Não me esqueça e me aqueça
Antes do Sol, antes do dia clarear, antes da minha dor
Recomeçar a incomodar, pare de chorar e venha correndo me abraçar.

domingo, 3 de julho de 2011

Julho me esfria...


Para L.D.
Julho começa, Junho termina,
Vejo as festas juninas em cada esquina,
Ruidosas elas me envolvem com ar de carnaval.

Não ponho roupas no varal,
As estrelas são como pingos de chuva
E em plena madrugada vejo a rua toda nublada.

Tua falácia misturada com etílicos
Embriaga essa minha razão, não diga não,
Olhe pros lados enquanto me beija e diga que me deseja.

Coloque os braços em volta de mim,
Prenda-se ao meu destino, cole-se ao meu corpo,
Desvende as minhas estranhas obsessões antes do anoitecer.

Crie comigo um novo amanhecer,
Aprenda com o vento sobre os meus segredos
Ou apenas se entreponha junto aos meus mórbidos medos.

Observe, agora os meus versos são todos pra você!
Esqueça aquelas conversas regadas com água morna e suja,
Mostre-me confiança, ou alguma segurança e te direi o meu maior segredo.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Eu (não) lembro


Eu (não) lembro daquele (quase) nada, há tristeza surgindo disso tudo.
As minhas desculpas sinceras não te interessam, as minhas ilusões
São cacos de vidro cortando todas as nossas possibilidades.

Aquela tua frase nunca irá sair da minha parede amarelada!
Eu vou lembrar em todos os momentos e vou chorar
Por não saber te mostrar o teor do meu afeto.

Eu lembro vagamente daquelas primeiras noites, elas eram divertidas
E você sabia o que dizer, enquanto eu apenas me calava aflita
Na esperança de tocar a pureza do teu belo ser.

Relembrar cada gesto, cada olhar e cada sorriso teu tão meu
Faz o meu coração voltar a latejar, não posso fraquejar,
Todavia, a dor parece que vai me sufocar até o fim.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

SIMPLES


"É simples se tudo que é bom dura pouco...
Porque tudo que é ETERNO é PERFEITO."

Para L. D.
Simples demais pra ser entendido
Simples demais pra ser permitido
Simples demais pra ser assentido

Simples e ao mesmo tempo confuso
Simples e ao mesmo tempo obtuso
Simples e ao mesmo tempo difuso

Simples verdade que virou mancada
Simples verdade mal interpretada
Simples verdade na hora errada

Simples, eterna e perfeita criação
Simples vertente de outra dimensão
Simples ilusão entremeada com a razão

Simples é saber que o meu medo venceu
Simples é essa tua adorável malcriação
Simples é ver que o AMOR pereceu

Simples, todavia, eu só via aquela escuridão
Simples, porém, eu permaneci com essa solidão
Simples, pois não havia nenhuma lógica na imensidão

terça-feira, 28 de junho de 2011

Não vá embora!



É tarde, é tarde, por favor, não vá agora.
Não, não vá embora! Não saia agora.
Eu deixo a porta aberta...

Não vá assim, espere o Sol nascer,
Espere um pouco, logo vai amanhecer.
Não vá embora antes de me abraçar.

Não deixe a chuva te assustar,
Segure-se em meu olhar, respire.
Não vá embora! Não saia neste luar.

Os teus olhos me dizem que desejas ficar,
A tua boca treme por querer me beijar.
Não vá! Meu bem, não vá embora!

Nada te espera para além daquelas nuvens cinzentas,
Enquanto, eu sei que te anseio loucamente.
Não vá embora! Não suma agora!

Não perca o momento presente
Só por causa da dor que você sente,
Os teus receios nos afastam paulatinamente.