segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Não há nada impossível?


"Não há nada impossível, porque os sonhos de ontem são as esperanças de hoje e podem converter-se em realidade amanhã." W.M.


Não consigo distinguir o impossível do real
Vejo roupas sujas no meu varal
As grades de ferro preto
Uma prisão à parte
Lar reverso
O verso

Trens e carros
Maquinas de fazer conforto
É um prazer avesso, um prazer travesso
Lentes e armações quebradas não valem nada
A porta parece fechada, a janela permanece trancada
Não há nada impossível? Não há nada além daquele horizonte?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jaciara

Jaciara e sua cachorrinha




Junte as mãos
Amarre-se naqueles versos
Cante uma bela canção
Ilumine seu coração
A hora não pode passar
Ria até não aguentar
Ame a bela vulgar

domingo, 21 de agosto de 2011

Carência (Im) produtiva


O pior dos vícios, a melhor saída
Uma daquelas sacudidas
Sem voltar atrás
Tanto faz
Não!


O desejo é a pior das emoções humanas?
Querer um beijo e receber um olhar
Afagar mãos e ouvir gemidos
Ou sussurrar pelo arbusto
Refazendo um susto


Explicações são desnecessárias
Se a carência é produtiva
Ao observador atento
Naquele intento
Sedento


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A chave



Perdi tantas chaves nessa vida,
Perdi tantos instantes nessa lida.

Quem me dera voltar no tempo por um momento,
Quem me dera sumir no ar, girar e depois retornar.

Percebi, após tantos anos que a verdade é a melhor arma,
Percebi, antes de fechar os olhos que a mentira é um carma.

Aquela chave não foi perdida!
A chave não pertence a moça perdida.

Aquela chave (perdida) voltou pro seu devido lugar...
E a moça certa sabe onde ela deve me procurar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Outro lugar, olá?



Encontrei-te antes de acordar,
Senti saudades assim que comecei a levantar
E a cama pareceu-me uma tumba acolchoadamente
Feita para me guardar dos teus abraços.

Outro lugar, olá?
Você esqueceu as falas nessa cena,
Sumiu dizendo que não valia a pena ir adiante
E me pegou de pernas pro ar numa dança estrangeira.

Não fizestes um malabarismo amador,
Apesar de não possuíres as ditas grandes virtudes.
Meu corpo todo tremendo um pouco, e tu me aceitou
No instante antes daquelas luzes piscarem e as cortinas fecharem.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

FuGaz



Audaz na hora de fechar os olhos
Incapaz de sair dessa fantasia póstuma
Vivaz quando ninguém mais é capaz
Transitória menina de cabelos cor de casca
Plantastes flores no meu terreno baldio

Fugaz vertigem nesse calor
Sagaz mulher de pouco, muito pouco valor
Tenaz criatura de imensa candura
Salaz mulher de carnes fartas, volumosas
Bela, belaz, senhora de si

Pertinaz escritora de crônicas mórbidas
Incapaz de proferir sandices
Assaz diante de tolos pseudo intelectuais
Minaz perto de determinados animais
Dolorosa carícia que me satisfaz



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

FLOR


FLOR
Lírio da manhã
Olhei-te com desejo
Rezando por teus beijos envolventes

FLOR
Leia em meu olhar
O sentimento deverás salutar
Restabelecido entre nossos corações

FLOR
Leveza multicolorida
Ordem natural no decorrer da vida
Risadas, doces promessas e uma manhã florida

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Vinte e três anos


Vinte e três anos 
Vinte e três anos usados
Vinte e três anos vislumbrados
Vinte e três anos trincados
Vinte e três anos sincronizados
Vinte e três anos ruídos
Vinte e três anos paralisados
Vinte e três anos originados
Vinte e três anos malfadados
Vinte e três anos levados
Vinte e três anos infernizados
Vinte e três anos hifenizados 
Vinte e três anos desperdiçados
Vinte e três anos cravados
Vinte e três anos bitolados
Vinte e três anos anormalizados

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Desejo Mórbido


Quisera ter mãos em forma de punhal
Ou lágrimas acidamente mortais
Para aniquilar meu corpo

Quisera morrer num sonho lúcido
Sem ver o Universo explodir
E as estrelas cadentes

Quisera poder paralisar a razão
Antes de observar essa grande desilusão
Facilitaria muito obter uma melhor explicação

Quisera não ter nenhum desejo, quisera morrer
Só morrer, e assim me desfazer de tudo
Num lampejo de total insanidade

Quisera esquecer do sangue
Remediar todas as grandezas falsas
Idolatrando as virtudes certas, excluindo os vícios