terça-feira, 29 de março de 2011

Quero


Quero abraçar teu sofrimento
Quero afagar teu rosto com plumas
Quero apanhar aquelas uvas
Quero beijar a tua testa
Quero cair na tua rede

Quero cantar quando te ver chorar
Quero correr em círculos
Quero chorar olhando a Lua
Quero dormir todos os dias ao teu lado
Quero esquecer do nosso adeus

Quero morder teus lábios frios
Quero morrer nos teus braços
Quero pegar no ar as tuas idéias
Quero respirar nessa tua pele
Quero sentir o calor do Sol

Quero ser a tua Estrela
Quero sonhar com você
Quero subir naquela árvore
Quero sorrir olhando o brilho dos teus olhos
Quero viver outro momento contigo

sábado, 26 de março de 2011

O pior pecado


20/11/2007
Aos meus quase vinte anos
Enxergo o limiar do pior pecado
Humano: acreditar que exista o tal pecado!
Buscar ser o melhor e afundar no lodo.

O homem não crente é apenas um homem
Ciente (ou não) do poder da mente,
Vivenciando à porfia do amanhã,
Constatando as suas antologias vãs...

O pior pecado nos serve somente
Como um tipo de castração para 
O indivíduo doente, sem coração,
Fanático por alguma causa ulterior.  

quinta-feira, 24 de março de 2011

Irmã Lua



Olhar tua forma circular não me acalma
Deter-me em cismas
Formulando primas para estranhos
Aprisiona minha alma

Irmã Lua, irmã triste, irmã nua
Tua visão me cansa
Não escureça tão repentinamente
A minha luz não seduz

Irmã Lua, grite um pouco
Ouvi teu canto
Era um sussurro ao longe
Não me complique

Se modifique ao som do mar
Ondas azuis vão me guiar
Irmã Lua, irmã anti-solar, irmã sem lar
O teu brilho não tem par

terça-feira, 22 de março de 2011

Se ninguém nunca me amou...



17/05/2007
Quem irá chorar por mim?
Quem um dia se importou?
Se ninguém nunca me amou!

Quem irá sorrir por mim?
Quem um dia me olhou?
Se ninguém nunca me amou!

Quem me trará o seu coração?
Quem um dia me elogiou?
Se ninguém nunca me amou!

Quem me trará o seu soneto?
Quem um dia dormiu em meu peito?
Se ninguém nunca me amou!

sábado, 19 de março de 2011

Casca




Não há tempero
Nem uma fonte
Não com tempero
Nem com tua fonte
Não só tempero
Nem fonte rasa
Não é de cobra
É só uma casca
Jogada por acaso
Na fonte dos desejos
Não têm tempero
Ou outra fonte
Nem sal que adoce
Essa tua cara azeda


**O @ me desafiou via twitter a criar um poema e ditou algumas regras, daí eu acabei fazendo esse poema, espero que gostem.

Veneno


Vejo corações alaranjados na almofada
E o lençol é de criança mimada; isso
Te deprime? Pois não parece...
O veneno correndo em minhas veias
Me deixava sonolenta. Cansada.
As paredes gritavam comigo; às
Vezes me chamavam por nomes
Estrangeiros. Escute um pouco.
O piso me olha com desdém,
Até parece me odiar; como
Me pintaram naquela estante?
Fecho os olhos e entro fácil
Na dimensão do vazio, sinto
Frio, medo, quero sair daqui
E não acho a chave que pode
Abrir a porta para a salvação.
É culpa de alguém? Não? Sim!
Menina louca, não, tira a roupa,
Não, põe ela na boca. Não atira...
Perdi os meus sapatos azuis!

sábado, 12 de março de 2011

Não me confunda


Meu bem, não me confunda!
A verdade precisa ser revelada,
Teus olhares já não me agradam.

Meu bem, não retorne as minhas ligações
E nem me engane com outras mulheres,
Eu cansei dessas tuas falsas risadas.

Neném, vou apagar tuas mensagens,
Não me confunda mais, pois sei que
Tudo não passou de uma molecagem.

Neném, esqueci-me dos nossos beijos,
Faça o mesmo, ignore minha presença,
Falar contigo virou um tormentoso perigo.

Não, não me confunda!
Quando me ver passar em algum lugar
Só finja não me notar, nem tente me chamar.

Não me confunda, não me transforme 
Totalmente numa megera, a nossa história 
É paralela e eu não posso levar-te à sério.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Feromônio



Eu adoro os meus pêlos;
Eu adoro os teus pêlos enroscando nos meus pêlos, 

para embriagar-me com o cheiro impregnante que ficou em meu travesseiro.

Tenho calafrios quando penso no teu corpo suado junto ao meu, 

e neste instante sinto-me entorpecido por lembrar das sensações 
que tivemos naquela noite frívola.

Agora, encontro-me vagando, aqui, 
por entre vielas 

que exalam tristeza e solidão - com meu último cigarro à mão -, 
peço à noite que me traga novamente aquela mesma sensação!

________________
Obs.: Esse poema foi escrito as 23h31min do dia 13 de novembro de 2008, através do pensamento coletivo, entre um cigarro e outro, ele surgiu pela vivência da nossa busca incessante da retificação da sensação obtida no prazer de cunho sexual e suas derivações.

Autores: Cássio, Esaú, Genniffer, Jorge e Lunna.

terça-feira, 8 de março de 2011

Conselhos vãos



Escute o clamor do vento e lhe deseje sorte; sim, me deseje sorte antes do último raio de Sol repentinamente se apagar. Nós poderíamos olhar o luar se hoje não fosse o dia combinado.
O meu coração não pode suspirar, porém, ainda assim, sinto o meu peito arfar descompassado a cada vez que te ouço falar, ouvir essa tua doce voz me desespera. Nada é mais como era, você deve ter percebido na ousadia dos meus atos.
Teus conselhos vãos me fazem chorar, então, tuas mãos vêm e secam as lágrimas que se acumulam em minha face. A chuva nunca me ajuda a enganar outros seres quando não consigo conter meu pranto.
Dizer claramente os meus receios é complicado e doloroso, todavia, ver teus olhos brilhando enquanto esperas o meu relato perfura a barreira criada por mim para esconder as verdades cruéis desse meu gênio; não peço que entenda a minha dor, só te peço: chore comigo.
Os labirintos podem ser escuros, as ruas podem ser estreitas, as praias podem ser perfeitas, ou não, pois o mar não se importa, ele continua lá ostentando a sua majestosa beleza azulada.

domingo, 6 de março de 2011

Enganos


Engano meu
Engano teu
Engano dele
Engano vosso
Engano nosso
Engano apenas
Engano sempre
Engano nulo
Engano ontem
Engano hoje
Engano agora
Engano simples
Engano pérfido
Engano lido

quarta-feira, 2 de março de 2011

Minhas Perdas



Perdi o fato
Perdi o fogo
Perdi o laço
Perdi o leme
Perdi o mago
Perdi o medo
Perdi o remo
Perdi o rumo
Perdi o selo
Perdi o sono
Perdi o tato
Perdi o tolo
Perdi o vaso
Perdi o véu

terça-feira, 1 de março de 2011

Recado

Não me leve a sério,
Me leve a algum lugar.

Meu coração não tem dono.

Só preciso saborear a vida
E me sentir muito querida.

Quando eu estou nervosa
O meu corpo não pará, 
Ele treme sem parar.