segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Gotas de Sangue


Escrito em: 01/06/2005.
Revisado em:10/09/2010.
Essas gotas de sangue caem
Como numa chuva fria e passageira
Caem as gotas d'água no solo,
Posso sentir finas gotas de sangue...

Este é meu sangue? Onde me cortei?
Por que eu me machuquei?
A dor veio num instante, veja,
Ainda rolam as lágrimas nos teus olhos...

Mesmo nesta chuva frívola eu sinto a tua dor,
A leve batida de minha melancolia...
Sorrindo ouço sua melodia na constante
Onda desta nostalgia, seria a cotovia?

Ser obtuso que eu tanto odeio,
Deixei marcas profundas no teu seio,
Te arrastei em devaneios...
Tão belo era o teu semblante de pureza.

Agora, estais só, no fim desta tua vida...
Vejo nos teus olhos o meu infortúnio,
E a tristeza que libera em tuas lágrimas,
Ainda assim, gotas de sangue quente vão caindo...

Gotas de sangue caem, enquanto tu choras
E me suplica um pouco de atenção, antes
Que o sol volte a nascer, todavia, eu não
Te estendo a mão, vou deixar-te perecer.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Como sempre


A brisa deste dia é como sempre,
A minha tristeza permanece...
Como sempre te direi mentiras;
Por que você é meu único sonho?

Não penso no dia que se passou,
Penso na chuva que cai aqui perto.
Não penso no teu sofrimento, como sempre...
Por que você ainda me adora?

Deveria estar sorridente, mas não consigo,
Pois sei que amanhã será meu último dia,
Como sempre morrerei por dentro rapidamente.
E por que você não me diz que será como sempre?

Neste solitário momento, sinto as lágrimas,
A percorrerem meu rosto, sei que é a hora...
E que sentirei saudades, como sempre!
Por que eu preciso perder você?

Este é um momento igual há vários outros
Em que como sempre te escondo
O quão triste é quando está longe,
E que te espero... Como sempre...


Genniffer L. Moreira

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sinto saudades, sentes saudades?


Sinto saudades de uma pessoa que perdi
em algum lugar no meio do meu longo caminhar.
Sinto saudades de coisas que só importam
para mim, ninguém além de mim.

Sinto saudades de lugares e sorrisos,
de olhares e possíveis olhares, agora perdidos...
Sinto saudades do vento, da brisa, da luminosidade
estampada no teu rosto, me doí lembrar de ti e machuca
se eu sequer cismar em te esquecer.

Sinto saudades de tudo e de nada ao mesmo tempo!
Sinto saudades de detalhes embutidos nas entrelinhas
desta vida, e de outras vidas. Sinto por tudo que fiz
e pelo que nem pensei em realizar.

Sinto saudades da minha mocidade, da minha imaturidade
e no entanto, gostaria de mudar totalmente o meu passado.
Sinto saudades daquelas flores que tu nunca me entregastes,
e do perfume que elas não exalaram no meu quarto.
Sinto saudades do simples ato de sentir saudades!

Sinto saudades da beleza que se esconde em cada
sonho inventado, dos sons e dos silêncios em cada pausa.
Sinto saudades da vossa doce (in)existêncialidade,
estranha criatura de peculiar formosura!


Genniffer L. Moreira

domingo, 12 de setembro de 2010

Como Um Prazer Qualquer

"A Morte é um Prazer como Outro qualquer?"

"A perfeição entre os detritos do mundo, minha doce, querida, linda, gloriosa dama..."

Eu te procuro envão?
Perfeição? Onde estais?
Dama tão linda, eterna  
Será essa tua beleza morta.

A doce tentação, escondeu
Minha exuberante Dama...
Nos meus sonhos, ela sorria
Cheia de malicia e doçura.

Sou a chuva, estou na chuva
Que molha tua face,
A relva entre as sombras,
Sou a que lhe adora!

Não me deixe... Não vá embora;
Sou o crepusculo, o lustro fusco,
A aversão dos fracos!
Serás meu tesouro?

Mesmo assim, envenenada
E cega, penso em ti
Esperando sua humilde
Caridade: que me ame!

Vejo a flor murcha
Dos meus sonhos...
Minha dama!
A perfeição?

Na figura perfeita,
Cheia de defeitos!
É como a luz... e a morte.
A doce solidão... numa lamentação.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Meus Pulsos

Escrito em: 22/02/2005.
Revisado em: 08/09/2010.
Meus pulsos estão em carne viva...
A culpada é a minha incompreensão?
Essa tristeza no meu coração, acaso
É pela aflição que sinto na solidão...

Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, calmamente.
Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, dolorosamente.

Tenho pena do meu corpo, pois ele está muito ferido,
Por minha máxima culpa... meus pulsos sangram.
Faço-me mal desvairadamente, sendo eloqüente,
Sem emoção, vou me humilhando por um pouco de atenção.

Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, febrilmente.
Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, delicadamente.

Por quê? Por ser covarde e não conseguir viver?
A dor exala esse seu distinto odor no sangue...
Minha cabeça gira e me parece tão pesada,
Minhas sensações se foram... Meu ódio pela vida...

Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, loucamente.
Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, demoradamente.

Alguém ao longe me diz: Não seja sempre uma pessoa
Tão fraca ou incomum, não necessitas fenecer,
A tua morte nem sequer é necessária!
Então, uma morte nunca é necessária?

Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, lividamente.
Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, displicentemente.

Não vejo um sorriso no futuro, nem alegrias ilusórias;
Penso na tristeza e a retenho... Meu coração está morto!
Sombria é a encantadora alucinação neste dia,
Meus pulsos agora sem vida... o resto do corpo inerte.

Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, laconicamente.
Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, distraidamente.

Quando um encantamento chega ao fim você percebe?
O meu monstro interior se libertou e me matou!
Na pureza do meu silêncio... nada mais me restou?
Os meus pulsos ali cruzados, sem suplicas de amor.

Apenas me restaram as lembranças de saber
Que sou uma alma clamando sem fervor.

Genniffer L. Moreira

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Nunca me esqueça!


Gosto de estar contigo, das nossas conversas...
É muito importante a sua presença em minha vida,
Minha tristeza é usada n’outro termo, meu amigo,
Quando estou contigo, sinto uma alegria exctasiante.

Por isso tudo peço lhe humildemente: por favor,
Nunca me esqueça, você faz minha vida amena,
As dores adormecem, o egoísmo diminui... eu só
Preciso de um pouco do teu carinho e atenção.

Sabes que sou uma criança mimada, sendo rebelde,
Felicitando-me como uma pessoa incompreendida
Que definha juntamente por tua enorme tolerância...
Necessitando de um pouco de carinho e paciência.

Tenho essa vontade de me apegar muito a ti,
Querendo algo que apoie minha agonia de morte...
Antes do crepúsculo, antes da ultima lágrima cair,
De meus olhos se fecharem permanentemente.

Espero por sua mão, seu sorriso tão bonito,
Seu olhar misterioso e tua aparência apática,
Meu grande amigo... sendo meu amigo...
Não pedindo nada, sem interesses, amigo.

Nunca me esqueça!
Nunca me esqueça!
Por favor, nunca me esqueça!
Você irá me esquecer?
Você já me esqueceu?
Você me esqueceu...


Genniffer L. Moreira

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Morrendo aos poucos...


Morrendo aos poucos,
Morrendo lentamente,
Morrendo sem você;
Morrer ou não morrer?

Sinto me triste e elouquente,
Sou subjugada por medos
Inquietantes, sinto forças
Estranhas, elas vão enevoando.

Ele me diz: "Quisera poder salvar-te
Ao tocar tua face, ou lhe roubar
Os beijos, fique por perto, seja 
Meu ser fictício!" e sorri faceiro.

Deus, que este sonho seja breve,
E meu desespero diminua,

Não desejo que tal coisa
Seja sempre o meu tormento...

Acalme meu sofrido amargor,
Deixe-me acariciar teu rosto,
Oh, doce dor do meu querer,
Amar e depois perecer.

Sei que estou desfalecendo,
Me esvaindo fugazmente,
Vou vislumbrar ares no além,

Buscarei remediar minha dor.

Estou definhando, vou
Morrendo aos poucos...
Sem ao menos te abraçar,
Morrerei sem tocar tua pele.

Deus, nunca me abandone,
Não esquecerei vossa luz,
Morro sem tua alegria,
Sem você, morro lentamente!

Genniffer L. Moreira