terça-feira, 15 de novembro de 2011

Serenidade cinza


As minhas facetas
desprovidas de cor
assemelham-se ao pó de arroz?

Com lápis de cor cinzenta
eu faria uma imagem serenamente triste
antes da melancolia tomar conta do palco

Essa menina cinza me incomoda
raramente no decorrer das horas
passadas ao lado da amiga solidão

Umas gotas do orvalho ressaltam
a bela boca da boneca de vidro branca
sobre o véu da noite enluarada

Olhos fechados por receio da cegueira
constante que todos os humanos possuem
na idade dos vinte e poucos anos

A delicadeza canta-me no ouvido
melodias antigas e descoloridas com a calma
daquelas velhas senhoras da Grécia esquecida

Como uma sombra o medo espreita
e vejo-me no meio da floresta dos desejos
procurando a flor azul-celeste dos meus devaneios

4 comentários:

  1. A proximidade me ataca e eu estou cego
    procuro entender o que eu antes entendia
    Meus entendimentos fogem do coração ...
    Já não consigo olhar com clareza a tua destreza com as palavras
    A proximidade me ataca e eu já não vejo ....

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  2. De uma suavidade esplêndida o teu poema.

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  3. ...olá! invadindo seu cantinho...eu nw me acostumei com este modelo dinâmico...mas, este poema...tem um toque diferente, o seu, passa pelo onírico...sensível...suave...realista...parabéns!
    Abraços e bom final de semana!


    felisjunior.blogspot.com/

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