segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Vejo um giro perfeito


Vejo beleza nas raízes daquelas árvores mortas.
Vejo o infinito no olhar daquele gato preto.
Vejo a vida passar correndo por mim.
Vejo rochas na cor do nosso céu.
Vejo sinais nas frutas verdes.
Vejo loucura no espelho.
Vejo um giro perfeito.
Vejo fantasmas.
Vejo você.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Intervalo calculado


Intervalo entre o talvez e a certeza
Pouca beleza florescendo entre as ervas
Certas ilusões tornando-se distantes recordações
Um calculo aleatório dessas probabilidades quânticas
Algumas gotículas de uma saudade muito antiga
Sobreposições desestruturadas no telhado
Aquela mangueira velha não existe
Suas mangas foram furtadas
As raízes continuam
Intocadas


Partilhei a minha doce nostalgia
Com alguns daqueles fantasmas andarilhos 
Buscando sem destino a verdadeira luz do luar
Encontrei num breve intervalo calculado a tua loucura
Abracei-a sorrindo e sublimando minhas dores
Sussurrei ao rei dos pérfidos um segredo
Calculei a extensão do horizonte
Nos intervalos irregulares
Destruí falsas teorias

sábado, 7 de janeiro de 2012

Desilusão


Não é fascinação?
Não é pura ilusão?
Não é por emoção?

Da onde vem essa desilusão?
Qual a razão de sentir tanta solidão?
Se internamente já aceitei a tua rejeição.

O meu corpo não expressa as minhas dores,
Os meus olhos não visualizam belas cores,
O horizonte não se destacou nas folhas.

Desejei um sono sem sonhos,
Desejei tocar o infinito novamente,
Desejei morrer com um dos teus beijos.

Tive lampejos de insanidade e fúria,
Colhi amoras no quintal de Gaia,
Enterrei o amor desesperado.

Cultivei a serenidade das flores murchas,
O meu jardim se encheu de lama,
Reguei-o com minhas lágrimas.

Desilusão não rima com imensidão,
Desilusão não faz um belo verão,
Desilusão enferruja o coração.