quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Desapego

Como se faz para superar
A ausência profunda
Deixada em decorrência
Do falecimento de alguém
Considerado especial
Por vosso espírito?
Ao constatar a imensidão
Deste sentimento, observando
O que nos acalenta o âmago,
Aquela sensação dolorosa
Por lembrar o que havia
De melhor naquela pessoa;
Não poder compartilhar
Com ela certas coisas
Te abala brutalmente?
A minha dor não se compara
A tua dor, a nossa dor
Não é igual, não é abstrata!
Ela é uma coisa mui delicada,
Visto tratar-se da Mortalidade.
O Desapego sonoramente
Me parece um devaneio,
Uma alucinação colectiva,
Talvez, seja a fantasia de outrem,
Pensada como realidade,
Intuitivamente sei que diante
Dessa visão esperasse atitudes
Diversas dos seres racionais.
Sonhar detalhadamente tais
Coisificações humanas é
Hábito estravagante ou devo
Questionar o distinto ato de sonhar?
A fatalização da morte física
Esconde tantas directrizes relevantes
Que me ponho a aludir no erro
Por querer vivênciá-la serena
A breve decadência de minha lúcida
Experimentação pragmatica:
Desapegar-me-ei deste meu corpo!

Genniffer L. Moreira

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