quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Meus Pulsos

Escrito em: 22/02/2005.
Revisado em: 08/09/2010.
Meus pulsos estão em carne viva...
A culpada é a minha incompreensão?
Essa tristeza no meu coração, acaso
É pela aflição que sinto na solidão...

Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, calmamente.
Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, dolorosamente.

Tenho pena do meu corpo, pois ele está muito ferido,
Por minha máxima culpa... meus pulsos sangram.
Faço-me mal desvairadamente, sendo eloqüente,
Sem emoção, vou me humilhando por um pouco de atenção.

Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, febrilmente.
Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, delicadamente.

Por quê? Por ser covarde e não conseguir viver?
A dor exala esse seu distinto odor no sangue...
Minha cabeça gira e me parece tão pesada,
Minhas sensações se foram... Meu ódio pela vida...

Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, loucamente.
Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, demoradamente.

Alguém ao longe me diz: Não seja sempre uma pessoa
Tão fraca ou incomum, não necessitas fenecer,
A tua morte nem sequer é necessária!
Então, uma morte nunca é necessária?

Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, lividamente.
Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, displicentemente.

Não vejo um sorriso no futuro, nem alegrias ilusórias;
Penso na tristeza e a retenho... Meu coração está morto!
Sombria é a encantadora alucinação neste dia,
Meus pulsos agora sem vida... o resto do corpo inerte.

Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, laconicamente.
Querer, ser, fazer é um presente, sigo cortando
Estes meus pulsos, distraidamente.

Quando um encantamento chega ao fim você percebe?
O meu monstro interior se libertou e me matou!
Na pureza do meu silêncio... nada mais me restou?
Os meus pulsos ali cruzados, sem suplicas de amor.

Apenas me restaram as lembranças de saber
Que sou uma alma clamando sem fervor.

Genniffer L. Moreira

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