terça-feira, 13 de julho de 2010

Alma Morta


Há no teu sangue algo ruim,
E em minh’alma sinto o cheiro da morte,
Que advêm do veneno outrora tomado por mim;
Hoje você sabe, eu sou uma alma morta!


Um dia você me disse:
- Pálido é o teu semblante, vazio é o teu olhar,
Triste é o teu penar, sozinha sempre estará!
E vejo o quão certo é o teu maldizer...


Sou alma, morta, ser frívolo e obscuro,
Mereço morrer na solidão por perfuração?
Tristemente desfaleço sem um idílio...
Alma que sofre e de maneira obtusa chora.


Não tenho medo, pode vir minha doce tentação!
Guia o meu pobre e fiel coração...
Saiba que não posso restituir aos seus pedaços,
Meu coração é e sempre será partido!


Em verdade isto me é impossível...
Não posso reviver, estou morta, isso é um fato!
Minh’alma moribunda chora pela sua sina,
Essa que é vagar à noite e assustar os seres viventes...


Sou um ser notívago, morto-vivo,
Não, não sou demônio, só um anjo caído!
Vivo neste inferno, mas não desejo o paraíso,
Amo o vinho e a luxúria, enveneno o meu sangue!
Sinto a morte tomar conta do meu corpo.

2 comentários:

  1. Encarnaste Álvares de Azevedo, foi?
    Simplesmente esplêndido! <3

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  2. Nem, mais amava-o e absorvia os poemas do Álvares de Azevedo como louca na época que escrevi este poema e outros do meu livro "Lágrimas em Versos", ele era meu mais adorado poeta, depois dele vinha o Augusto dos Anjos e a Florbela Espanca! ;D

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